sexta-feira, 8 de abril de 2011

quinta-feira, 7 de abril de 2011


Zé: Vortô pra ficá, né?

Maria: Não, acho que minha sina é sempre caminhá...

Zé: Tu carece é de criar raíz minina!

Maria: Num fala assim Zé, eu sinto que andei, andei, andei e num cheguei a lurgá nenhum, sinto que um tanto de coisa eu perdi e um tanto de coisa eu num consegui achar... Viver é assim mermo Zé? Essa coisa doida que muda sempre? A separação de quem a gente quer? Andança sem parar Zé? Parece tudo sonho. Viver é isso Zé? E o amor Zé, quando é de verdade? E felicidade Zé, quando é de verdade?

Zé: Ói, a felicidade é o contrario do amor né? A felicidade...

Maria: E na vida Zé, o que vem depois da morte?

Zé: Num sei. A gente só sabe perguntá, num sabe responder não...

Maria: Acho que meu destino é sempre fazer o caminho de vorta. Adeus Zé!

Zé: Mas será pussivi minina qui nossa sina seja sempre se dispidi?

Maria: É não Zé! Nossa sina é sempre se incontrá.

terça-feira, 5 de abril de 2011


Fim de tarde. Dia banal, terça, quarta-feira. Eu estava me sentindo muito triste. Você pode dizer que isso tem sido freqüente demais, até mesmo um pouco (ou muito) chato. Mas, que se há de fazer, se eu estava mesmo muito triste? Tristeza-garoa, fininha, cortante, persistente, com alguns relâmpagos de catástrofe futura. Projeções: e amanhã, e depois? e trabalho, amor, moradia? o que vai acontecer? Típico pensamento-nada-a-ver: sossega, o que vai acontecer acontecerá. Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, Deus dará. Essas coisas meio piegas, meio burras, eu vinha pensando naquele dia. Resolvi andar. 

do Caio.













P.S: Andar não, correr! Pelo menos quando eu corro, e como se fosse só eu no mundo, isso ajuda!!!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Eu não sei bem o que eu queria da minha vida agora, a única coisa que eu tenho a certeza é que eu não queria estar aqui. Não me sinto bem em nenhum lugar, ao lado de ninguém e nem tratando de nenhum assunto. Eu vejo as folhas do calendário voarem a uma velocidade assustadora e eu, bem, eu não tenho forças nem argumentos para implorar que esperem um pouco mais. Não consigo considerar se me falta algo ou alguém, mas sei que tem alguma coisa errada. Esses dias estão me esmagando cruelmente, vontade de sumir pra longe de todos e soltar o meu mais profundo choro. Por que? Ah, não sei. Penso que esta seja a minha maior angústia. Não saber o que quero e o que tenho que tanto me atormenta. Vou tentar, embora em todas as tentativas não tenha funcionado, dormirei tarde e acordarei mais tarde ainda. Não creio que mereço ver o dia com tanta insegurança no coração.



Parece incrível, mas só temos a capacidade de olharmos nossa vida, quando tudo vai mal, não é mesmo? Decidi pesar meus atos e infelizmente não tive um bom resultado. Muitas vezes o que vinha acontecendo estava me deixando mal e eu simplemente aceitava. Finalmente me dei conta que os problemas são meus e ninguém além de mim pode encontrar soluções. Eu que por muito tempo esqueci que existo, me abandonei e deixei as coisas tomarem qualquer rumo, ou até mesmo nenhum, mas deixei. De uma coisa eu tive certeza: tudo o que eu vinha fazendo pela metade, me davam duas respostas, ou um enorme vazio, ou pior, eu também recebia pela metade. Nunca é bom receber um bom dia forçado, um oi sem vontade, qualquer coisa que você note que não tem boa intenção. Daí surge o problema, tudo o que eu mais odeio, é o que mais faço. Não é por querer, mas talvez até seja, mas prefiro acreditar que me acomodei e que seja muito difícil sair disso, entende?

Elen S. Alencar

domingo, 3 de abril de 2011

Uma coisa que eu aprendi na vida: Deus não te tira as coisas, Ele te livra delas.

Caio F. Abreu

Cadê a tampa da minha panela, o chinelo do meu pé cansado, a metade da minha laranja?

Eu sempre sinto que "pode ser esse, ou talvez com algumas mudancinhas possa ser esse ou talvez se ele quisesse, poderia ser esse...". Não, isso tá errado. Quero sentir que "é esse".
Dizem que materializar os sonhos escrevendo ajuda, então lá vai: quero transar com beijo na boca profundo, olhos nos olhos, eu te amo e muita sacanagem, quero cineminha com encosto de ombro cheiroso, casar de branco, ser carregada no colo, filhos, casinha no campo com cerquinha branca, cachorro e caseiro bacana. Quero sambão com churrasco e as famílias reunidas.
Quero ter certeza, ali no fundo da alma dele, de que ele me ama.
Quero que ele saia correndo quando meu peito amargurado precisar de riso.
Que ele esqueça, de vez em quando, seu lado egoísta, e lembre do meu. Que a gente brigue de ciúmes, porque ciúmes faz parte da paixão, e que faça as pazes rapidamente, porque paz faz parte do amor.
Quero ser lembrada em horários malucos, todos os horários, pra sempre. Quero ser criança, mulher, homem, et, megera, maluca e, ainda assim, olhada com total reconhecimento de território. Quero sexo na escada e alguns hematomas e depois descanso numa cama nossa e pura. Quero foto brega na sala, com duas crianças enfeitando nossa moldura. Quero o sobrenome dele, o suor dele, a alma dele, o dinheiro dele (brincadeira...).
Que ele me ame como a minha mãe, que seja mais forte que o meu pai, que seja a família que escolhi pra sempre.
Quero que ele passe a mão na minha cabeça quando eu for sincera em minhas desculpas e que ele me ignore quando eu tentar enrolá-lo em minhas maldades.
Quero que ele me torne uma pessoa melhor, que faça sexo como ninguém, que invente novas posições, que me faça comer peixe apimentado sem medo, respeite meus enjôos de sensibilidade, minhas esquisitices depressivas e morra de rir com meu senso de humor arrogante. Que seja lindo de uma beleza que me encha de tesão e que tenha um beijo que não desgaste com a rotina.
Tem que dançar charmoso, ser irônico, ser calmo porém macho (ou seja, não explodir por nada mas também não calar por tudo). Tem que ser meio artista, mas também ter que saber cuidar dos meus problemas burocráticos. Tem que amar tudo o que eu escrevo e me olhar com aquela cara de "essa mulher é única".
É mais ou menos isso. Achou muito? Claro que não precisa ser exatamente assim, tintim por tintim.  Bom, analisando aqui, dá pra tirar umas coisinhas. Deixa eu ver... Resumindo então: tem que dizer que me ama e me amar mesmo, tem que rolar umas sacanagens e Pronto!
E quando eu tiver tudo isso e uma menina boba e invejosa me olhar e pensar que "aquela instituição feliz não passa de uma união solitária de aparências" vou ter pena desse coração solitário que ainda não encontrou o verdadeiro amor.

TATI BERNARDES